Pensão Alimentícia: O Que É e Quem Tem Direito?
A pensão alimentícia é um direito fundamental das crianças e adolescentes, assegurado pela Constituição Federal e pelo Código Civil. Trata-se de um valor pago mensalmente pelo genitor que não detém a guarda do filho, com o objetivo de garantir sua subsistência, incluindo alimentação, moradia, vestuário, educação, saúde e lazer.
Quem Tem Direito a Receber a Pensão Alimentícia?
A pensão pode ser solicitada para:
- Filhos menores de idade, representados pela mãe ou responsável legal.
- Filhos maiores de idade que ainda dependam financeiramente para estudar (como universitários).
- Mulheres grávidas, por meio da ação de alimentos gravídicos, para cobrir despesas médicas e do bebê.
Quem Deve Pagar?
A obrigação alimentar recai sobre o pai ou a mãe que não detém a guarda do filho. Em alguns casos, avós podem ser acionados judicialmente para complementar a pensão caso o genitor não tenha condições financeiras.
Compreender esse direito é o primeiro passo para garantir que a criança receba o suporte necessário. Nos próximos tópicos, vamos explicar os documentos necessários e como iniciar o processo de solicitação da pensão alimentícia.
2. Documentos Necessários para Entrar com a Ação de Pensão Alimentícia
Para ajuizar uma ação de alimentos, a mãe ou responsável precisa reunir documentos que comprovem a necessidade da pensão e a relação entre a criança e o genitor. Quanto mais completa for a documentação, mais rápido o processo poderá tramitar.
Documentos Essenciais:
Certidão de Nascimento da Criança
- Comprova a filiação e o vínculo entre a criança e o genitor.
Documento de Identificação da Mãe ou Responsável Legal
- RG e CPF ou CNH.
Comprovante de Residência Atualizado
- Conta de luz, água, telefone ou contrato de aluguel.
Comprovantes de Despesas da Criança
- Notas fiscais, recibos ou boletos de:
- Escola e material escolar;
- Plano de saúde ou consultas médicas;
- Medicamentos;
- Alimentação;
- Roupas e calçados.
- Esses documentos ajudam a demonstrar a real necessidade da pensão.
Comprovante de Renda da Mãe (se houver)
- Pode ser contracheque, declaração de trabalho informal ou carteira de trabalho. Isso serve para demonstrar que a mãe não consegue arcar sozinha com as despesas.
Informações sobre o Pai (se disponíveis)
- Nome completo, CPF, endereço, local de trabalho e qualquer outro dado que facilite a citação dele no processo.
Comprovantes de Renda do Pai (se disponíveis)
- Se a mãe tiver acesso a contracheques ou informações sobre os rendimentos do pai, isso pode ajudar na definição do valor da pensão.
E Se Eu Não Tiver Todos os Documentos?
Caso falte algum documento, principalmente informações sobre a renda do pai, o advogado pode solicitar ao juiz que o empregador ou a Receita Federal forneça esses dados.
Com os documentos em mãos, o próximo passo é dar entrada na ação de alimentos. No próximo tópico, explicaremos como iniciar o processo.
3. Passos para Iniciar a Ação de Pensão Alimentícia
Agora que você já reuniu os documentos necessários, é hora de iniciar a ação de alimentos. O processo pode ser feito de forma gratuita na Defensoria Pública ou com o auxílio de um advogado particular. Abaixo, explicamos o passo a passo:
1. Escolher Onde Entrar com a Ação
A mãe pode ajuizar a ação:
- No Fórum da Cidade – No Juizado de Família da comarca onde a criança reside.
- Na Defensoria Pública – Para quem não tem condições de pagar um advogado.
- Com um Advogado Particular – Para acelerar o processo e ter acompanhamento mais próximo.
2. Elaborar e Protocolar a Petição Inicial
O advogado ou defensor público elaborará um documento formal (petição inicial) solicitando:
- O reconhecimento da obrigação do pai em pagar pensão.
- A fixação de um valor mensal proporcional às necessidades da criança.
- A concessão de alimentos provisórios (pagamento imediato enquanto o processo não termina).
Essa petição é protocolada no fórum, e o juiz analisará o pedido.
3. Citação do Pai
O pai será notificado oficialmente para comparecer a uma audiência de conciliação e responder ao pedido de pensão.
4. Audiência de Conciliação
Na audiência, o juiz tenta um acordo entre as partes. Se houver consenso, um valor é definido e homologado, tornando-se obrigatório. Caso não haja acordo, o processo continua com produção de provas e decisão judicial.
5. Decisão Judicial e Pagamento da Pensão
Se não houver acordo, o juiz determinará um valor baseado nos princípios da necessidade da criança e possibilidade do pai. A pensão será descontada diretamente da folha de pagamento do genitor ou depositada mensalmente na conta indicada.
4. Como é Calculado o Valor da Pensão Alimentícia?
O valor da pensão alimentícia não é fixo e depende da análise do juiz, que leva em conta dois fatores principais:
- Necessidade da criança → Quanto a criança precisa para se manter com qualidade de vida adequada.
- Capacidade financeira do pai → Quanto ele pode pagar sem comprometer totalmente sua renda.
Esse equilíbrio segue o princípio do binômio necessidade x possibilidade.
Existe um Percentual Padrão?
Embora não exista um valor fixo previsto em lei, os tribunais costumam estabelecer entre 20% e 30% do salário líquido do genitor como referência para um único filho. Esse percentual pode variar de acordo com:
- O número de filhos que o pai precisa sustentar.
- Se o pai tem outras despesas fixas (como outro filho de outro relacionamento).
- A renda da mãe e a divisão das responsabilidades.
Exemplo de Cálculo:
- Se o pai ganha R$ 3.000,00 líquidos, e o juiz fixa a pensão em 25%, ele deverá pagar R$ 750,00 mensais.
- Se o pai estiver desempregado, o juiz pode determinar um valor fixo baseado no salário mínimo.
O Que a Pensão Cobre?
A pensão deve garantir a subsistência da criança, incluindo:
✅ Alimentação
✅ Moradia
✅ Educação (mensalidade escolar e material)
✅ Saúde (plano de saúde, consultas, remédios)
✅ Vestuário
✅ Lazer
Caso os custos aumentem ou a renda do pai mude significativamente, é possível pedir a revisão do valor da pensão.
5. Pensão Provisória: Como Garantir o Pagamento Antes da Decisão Final?
O processo de pensão alimentícia pode levar algum tempo até a decisão final do juiz. Para garantir que a criança não fique desamparada, a mãe pode solicitar a fixação de alimentos provisórios.
O Que São Alimentos Provisórios?
São valores determinados pelo juiz logo no início do processo, com base em uma análise inicial das necessidades da criança e da capacidade financeira do pai. Essa medida é tomada para que a criança receba suporte financeiro imediatamente, antes mesmo do julgamento definitivo da ação.
Como Solicitar os Alimentos Provisórios?
O pedido é feito junto com a petição inicial da ação de alimentos. O juiz pode analisar os documentos apresentados e fixar um valor que será pago pelo pai até que saia a decisão final do processo.
O Que Acontece Se o Pai Não Pagar a Pensão Provisória?
Caso o pai não cumpra a decisão, a mãe pode entrar com um pedido de cobrança judicial, podendo levar até à prisão civil do devedor, conforme previsto no artigo 528 do Código de Processo Civil.


